quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Polícia militar da Bahia desocupa a Assembleia mas a greve continua



Os 245 agentes da polícia militar do estado da Bahia na cidade de Salvador abandonaram esta manhã a Assembleia Legislativa, onde se mantinham como forma de protesto há nove dias. A desmobilização foi pacífica e aconteceu depois de terem sido divulgadas conversas telefónicas dos líderes da greve que incentivavam ao vandalismo. Porém, a greve ainda não chegou ao fim.

Três dos dez líderes do movimento com mandatos de captura, acusados de cometer atos de vandalismo, foram detidos pela Polícia Federal do Estado da Baía. Os homens foram retirados do edifício pelas traseiras, uma condição imposta pelos grevistas para se renderem, e foram levados de seguida para o quartel do Exército.


De acordo com a secretaria de Segurança Pública da Baía, há ainda oito grevistas que estão a ser procurados pela polícia.


As vozes de comando da greve exigem uma amnistia geral para os grevistas que tenham recebido ordem de prisão e dizem que nenhum dos agentes da polícia militar regressará ao trabalho nas ruas até que esta seja concedida.


Um dos advogados dos grevistas disse ao jornal O Globo que os manifestantes decidiram abandonar a Assembleia depois de terem tido conhecimento da rejeição do tribunal quanto ao segundo habeas corpus pedido em nome dos grevistas. Segundo Rogério Andrade, a invasão da Assembleia pelas tropas do exército estaria por horas.


O advogado revelou ainda que a falta de condições do local também influenciou a saída, depois de ter sido interrompido o fornecimento de luz, água e mantimentos.


Grevistas queriam protestos no Rio de Janeiro
Nas conversas divulgadas na noite de ontem pela TV Globo, os líderes da polícia militar e os grevistas que se mantinham do lado de fora combinavam ações de vandalismo por toda a cidade. Os manifestantes propunham, por exemplo, queimar viaturas. Além dos focos de violência, estavam ainda a ser reunidos esforços para que a greve se estendesse a outros estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro.


Os polícias descontentes garantem que o protesto não termina aqui e que está garantida uma nova reunião para avaliar o desenrolar das negociações. Os polícias reivindicam um aumento dos salários e o direito a receber compensações financeiras extra. O governo do estado da Baía tem mantido conversações com os líderes do protesto, sem que tenham chegado a qualquer porto até ao momento.


Durante os nove dias que durou o protesto foram registados pelo menos 136 homicídios na região metropolitana de Salvador. O caos chegou a tomar conta de certas zonas da cidade, com o índice de assaltos a disparar nestes últimos dias.

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