Os 245 agentes da polícia militar do estado da Bahia na cidade de Salvador abandonaram esta manhã a Assembleia Legislativa, onde se mantinham como forma de protesto há nove dias. A desmobilização foi pacífica e aconteceu depois de terem sido divulgadas conversas telefónicas dos líderes da greve que incentivavam ao vandalismo. Porém, a greve ainda não chegou ao fim.

De acordo com a secretaria de Segurança Pública da Baía, há ainda oito grevistas que estão a ser procurados pela polícia.
As vozes de comando da greve exigem uma amnistia geral para os grevistas que tenham recebido ordem de prisão e dizem que nenhum dos agentes da polícia militar regressará ao trabalho nas ruas até que esta seja concedida.
Um dos advogados dos grevistas disse ao jornal O Globo que os manifestantes decidiram abandonar a Assembleia depois de terem tido conhecimento da rejeição do tribunal quanto ao segundo habeas corpus pedido em nome dos grevistas. Segundo Rogério Andrade, a invasão da Assembleia pelas tropas do exército estaria por horas.
O advogado revelou ainda que a falta de condições do local também influenciou a saída, depois de ter sido interrompido o fornecimento de luz, água e mantimentos.
Grevistas queriam protestos no Rio de Janeiro
Nas conversas divulgadas na noite de ontem pela TV Globo, os líderes da polícia militar e os grevistas que se mantinham do lado de fora combinavam ações de vandalismo por toda a cidade. Os manifestantes propunham, por exemplo, queimar viaturas. Além dos focos de violência, estavam ainda a ser reunidos esforços para que a greve se estendesse a outros estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Durante os nove dias que durou o protesto foram registados pelo menos 136 homicídios na região metropolitana de Salvador. O caos chegou a tomar conta de certas zonas da cidade, com o índice de assaltos a disparar nestes últimos dias.
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